Muitas vezes, as pesquisas, profissionais da saúde e até as
crenças populares confundem o público sobre o que é bom e o que é ruim para
emagrecer ou manter um corpo saudável. Tanto que, por muito tempo, alguns
alimentos foram colocados na lista negra de muita gente, sem saber que, na
verdade, eles não são tão maus assim e, em alguns casos, são até recomendados
na dieta para uma vida melhor.
Confira a seguir, cinco exemplos de comidas que sofreram
preconceito por muito tempo, mas, agora, estão com a popularidade bem melhor
entre nutricionistas e pesquisadores.
Manteiga
Em um embate contra a margarina, a manteiga foi considerada
por muitos como a vilã. Por ser derivada do leite e, portanto, ter colesterol
em sua composição, a segunda foi substituída pela primeira em muitos lares
brasileiros. Segundo a nutricionista Vânia Barberan, colaboradora do Conselho
Regional de Nutricionistas do Rio de Janeiro, o fato de a manteiga ter
colesterol não a coloca em desvantagem em relação à margarina.
Isso porque o produto derivado do leite de vaca contém bem
menos aditivos e conservantes do que o derivado de gordura vegetal. “Eu fiz uma
pesquisa e vi que as margarinas podem ter até 20 compostos na composição, para
ter textura, cor, sabor. O meu corpo sabe lidar com o colesterol, mas não sabe
lidar com o tanto de outras porcarias que tem ali”, afirma.
Vânia diz que a manteiga também é boa para o intestino, pois
é uma grande fonte de ácido butírico. E, além dessa substância, é fonte de
vitaminas A, D e E. Outro ponto ressaltado por Vânia é que, por ser mais dura,
a manteiga acaba sendo consumida em menor quantidade, pois é preciso esquentar
o pão para espalhá-la bem, evitando o exagero. O mesmo não ocorre com a
margarina, que, por ser bem mais cremosa, é usada em maiores quantidades.
Ovo
“Coitado do ovo”, afirma Vânia Barberan. A piedade para com
o alimento é por conta do preconceito em relação ao colesterol que carrega. Mas
ela alega que não é preciso se preocupar exageradamente com isso, pois, se
consumido com moderação, o corpo sabe lidar com o colesterol. “Uma pessoa pode
comer até dois ovos por dia, contanto que não coma todos os dias”, afirma.
Ela lembra que o ovo é importante por possuir colina em sua
composição, uma substância que faz bem para os olhos. Além disso, o ovo possui
ácido fólico, que ajuda no combate à anemia, na prevenção de doenças
cardiovasculares e do mal de Alzheimer. Entre as formas de cozimento do
alimento, o menos recomendado é o frito em óleo, mas ela sugere o ovo mexido,
cozido ou poché. No caso do ovo semi-cru, é importante escolher o tipo caipira,
pois o de granja apresenta mais riscos de contaminação por salmonela, alerta da
nutricionista.
Café
Café é estimulante, causa tremedeira, gastrite e dor de
estômago. Essas são algumas das famas negativas que eram atribuídas ao grão
injustiçado, segundo a nutricionista Vânia Barberan. “O café faz isso com a
pessoa que toma 30 xícaras por dia”, diz. De acordo com um estudo do Instituto
Nacional do Câncer (NCI), dos Estados Unidos, três xícaras de café por dia
reduzem o risco de morte por doenças cardiovasculares e respiratórias, em
relação a quem não toma a bebida.
Vânia também lembra que o café tem sido associado ao
estímulo de processos intelectuais e à inteligência. Ela só não recomenda o
consumo após as refeições, pois ele pode atrapalhar a absorção de ferro e
cálcio pelo corpo, o que também ocorre com chás que possuem cafeína.
Carne de porco
Tirando o bacon, torresmo e outras peças mais superficiais
do porco, a carne deste animal pode ser tão saudável quanto o frango, apesar de
ser considerada por muitos como um alimento perigoso. Ao contrário da carne de
boi, que é gordurosa em todas as suas partes, partes suínas, como o carré ou o
lombo, tem baixo índice de gordura, pois não estão localizadas próximas à pele,
onde se concentra a maior gordura do animal.
É por isso que, no preparo, essas carnes geralmente pedem
molhos que acompanhem, já que sua consistência fica mais seca. Se for comparada
à carne de frango, o porco pode até ser visto como mais saudável, já que as
aves de granja costumam ser criadas com muitos hormônios para crescer. segundo
a especialista.
Chocolate
Apontado por muito tempo como um vilão por fazer as pessoas
engordarem e provocar espinhas, o chocolate tem caído nas graças dos cientistas
recentemente. Várias pesquisas têm revelado que o tipo meio amargo (com pelo
menos 60% de cacau) ajuda a prevenir doenças cardiovasculares, processos
inflamatórios e o envelhecimento precoce, pois apresenta boas quantidades de
flavonoides e antioxidantes.
Além disso, melhora o humor e reduz o estresse. Como o
chocolate é um alimento calórico, a recomendação é o consumo moderado, sem
ultrapassar a marca de 30 gramas por dia.
Fonte: Portal Exame
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